Na época, o professor ministrou um workshop sobre os fatores de sucesso nos novos modelos de negócio do varejo, mostrando como as tendências e inovações vistas na Retaíl´s Big Show 2020 poderiam ser aplicadas no comércio. De lá para cá, a pandemia do COVID-19 obrigou as empresas a rever planos e mudar estratégias. A crise global afeta todos os países e todos os tipos de negócios: alguns em maior proporção e, outros, de maneira reduzida. Tanto no Brasil quanto na Alemanha.
"A indústria automotiva, os restaurantes, a indústria da moda e os shopping centers não tiveram receita alguma até dias atrás. Alguns segmentos varejistas de "DIY – do it yourself” (faça você mesmo), ou serviços de assinatura ou marketplaces, como Netflix ou Amazon estão tendo aumento nas vendas e receitas em função das vendas online”, analisa.
A continuação de serviços de entregas também facilitou a vida de quem comprou produtos ou serviços online e conseguiu receber no prazo estabelecido – mesmo com a pandemia. "Tenho certeza de que os varejistas vão investir maciçamente na digitalização e em soluções de ‘Click & Collect', já que os clientes estão optando por esta alternativa’”, completa.
Abaixo, relacionamos os principais pontos da entrevista realizada por Marcus Tutui, analista de projetos e programas institucionais do Senac SC, com o especialista alemão, que faz um paralelo entre a situação econômica do Brasil e Alemanha e fala sobre o futuro do varejo mundial. Confira:
Resultados da pandemia na Alemanha
Knoppe acredita que a Alemanha começou a isolar as pessoas infectadas pelo novo coronavírus mais cedo e, por isso, a situação não ficou tão crítica como em outros países europeus, como a Itália e Espanha. "Além disso o tratamento médico começa bem mais cedo do que outros países. E as pessoas estão seguindo as instruções de isolamento e de distanciamento social”. A partir desta semana as regulações do isolamento alemão irão ser flexibilizadas, desta forma, como provado pela situação atual, é preciso ficar atento, aguardar e ver como tudo ser comportará daqui para frente.
Cenário econômico na Alemanha
O especialista afirma que, de maneira geral, a economia alemã continua ativa e segue funcionando, mas que sem dúvidas, haverá uma queda de 15 a 20%. Talvez mais. "A economia é muito fragmentada. A indústria de alimentos e os varejistas que trabalham este segmento tem apresentado um crescimento muito grande”.
Dificuldades com a pandemia
O prof. Dr. Marc ressalta que a principal dificuldade das empresas hoje é a falta de receita e sistema de entregas de produtos. Assim como no Brasil, muitos varejistas na Alemanha não têm, sequer, uma página na internet. "Isso significa que não tem oferta de abrangência regional e isso vai forçar muitas empresas a fechar seus negócios”.
Fatores para superar a crise
Knoppe afirma que dois fatores serão decisivos para as empresas varejistas vencerem a crise: a implementação de soluções digitais acompanhadas com o sistema "Click & Collect” ou a criação do seu próprio serviço de entrega a domicílio. "Todos os segmentos do comércio que têm sistema de entrega de seus produtos estão muito mais suscetíveis às oportunidades que estão se abrindo do que as lojas com uma operação convencional em meio físico”.
Físico x digital
Os grandes players do mercado também estão perdendo receitas com a pandemia. O professor reforça que, mesmo com os canais digitais operando regulamente, a questão agora é outra: a oferta digital regionalizada e serviços aliados à entrega em casa. "Os varejistas alemães aprenderam que precisam de uma estratégia digital de vendas e de comunicação mais sofisticada para impulsionar seus negócios em lojas físicas”.
Pequenos varejistas
Para ele, o pequeno varejista perdeu a oportunidade de aderir aos canais digitais antes da crise mundial. Knoppe acredita que somente aqueles com capacidade para adotar o Omnichannel serão bem-sucedidos. "No meu ponto de vista, os varejistas brasileiros deveriam usar todas as oportunidades para vender ou apresentar seus produtos online, implementando serviços de "Last Mile” ou entrega em casa. Opções de sistemas de entrega e modelos de compra online com entrega rápida no ponto de venda físico ajudarão os negócios do comércio a sobreviver neste momento”, finaliza.
Benchmarking com o mercado alemão
A crise do coronavírus mostrou que todos os países e todas as empresas têm seus pontos vulneráveis. Empresas de grande e pequeno porte, no Brasil ou na Alemanha, enfrentam os mesmos problemas. Por isso um benchmarking é importante: "fizemos uma análise dos serviços de varejo digital na Alemanha e Europa, comparando-os com as ferramentas que o Brasil dispõe e constatamos que os sistemas de serviço do varejo europeu têm um desempenho digital bem mais alto a um custo bem mais barato que os sistemas brasileiros, o que neste momento pode fazer a diferença”.
Para mais informações sobre o Programa Executivo Internacional – Ingolstadt, na Alemanha, acesse: http://senac.sc/TAkBp2. Este intercâmbio de conhecimento promovido pela Fecomércio SC e pelo Senac SC é destinado aos profissionais, gestores e empresários que desejam rever suas práticas e potencializar os resultados. Entre em contato conosco, esclareça suas dúvidas e reserve sua vaga nesta oportunidade de imersão vivencial extraordinária.