Para o professor e responsável técnico da Missão no Senac, Thiago Marques, até o momento, foi a empresa visitada que apresentou um modelo de gestão mais disruptivo, já que entre os colaboradores não há hierarquia, nem horário, nem processos e nem orçamento. "Se um colaborador precisa de um computador novo, ele mesmo pode realizar a compra com a verba da empresa, sem ter que justificar. Eles acreditam muito na maturidade dos funcionários para sustentar o modelo de gestão livre que a empresa possui. A Netflix é extremamente focada em seus objetivos e isso resulta na excelência do produto entregue ao consumidor”, afirma.

Os softwares criados pela Netflix, para dar suporte ao sistema, são open source, ou seja, código aberto. Isso possibilita que qualquer pessoa os utilize. Isso reforça a importância que a empresa dá para a devolução do conhecimento para a comunidade. Alimentação, piscina, academia, entre outros benefícios, são oferecidos de forma totalmente gratuita. Para eles, essas vantagens tem um custo irrisório quando se pensa no objetivo maior, que é o de manter grandes mentes dentro na empresa.

A preocupação com o capital intelectual é algo bastante evidente na gestão da Netflix, que tem uma política de remunerar seus talentos, sempre, com o topo do mercado. Usualmente o colaborador é incentivado a fazer entrevistas em outros lugares para avaliar quanto vale o seu trabalho. Dessa forma, a empresa pode corrigir o seu salário de acordo com o que o mercado pagaria para tirar esse talento dali.

Para o Engenheiro de Performance da Netflix, Martin Spier, o objetivo central da empresa é aumentar o número de usuários, e qualquer coisa que não os ajude a atingir esse objetivo, é perda de tempo. A dinâmica de inovação deles, exige que o processo seja rápido entre testar protótipos de novas soluções, identificar possíveis falhas, e tirar aprendizado para recomeçar o ciclo de inovação.

Além do Netflix, a comitiva do Senac Santa Catarina visitou a Apex, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento. O trabalho da Apex é promover produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira.

Houve também o tão esperado jantar de networking, realizado na Silicon House e que teve o objetivo de promover a integração do grupo entre os players do Vale do Silício. Participaram desse momento, pessoas ligadas a fundos de investimentos, professores de Stanford e de Berkeley, profissionais de grandes empresas da região, como a HP, mentores de aceleradoras e fundadores de startups do Vale. 

Para o diretor executivo da Fecomércio SC, José Agenor de Aragão Júnior, foi um momento de muita conversa e troca de experiências. "Foi muito gratificante participar desse evento que certamente nos deixa mais "inovados". Voltaremos para o Brasil levando muitas informações de mentes brilhantes, que são brasileiras mas estão no Vale do Silício”, avalia. De forma geral os empresários e integrantes de comitiva do Senac avaliaram o momento como uma excelente oportunidade pois, mesmo sendo bastante informal, promoveu muita troca de experiências.

Nos próximos dias, a comitiva do Senac visitará a Badgeville, Airbnb, Plug & Play Tech Center e a Draper University.